sábado, 4 de julho de 2009

Revelação


Sou um campo espalhado, florido, verdejante, intenso,
Querendo tão somente a vida abrigar.
Canteiro de sonhos e esperanças,
Por onde as almas se erguem, cantam e dançam,
Festejando o rio e o mar.
Sou como vós, abelhas, pousadas, tranquilas
Agitadas, cercadas a trabalhar,
Que derramais o seu mel, no doce afago das mãos,
Enquanto feris aqueles que querem vos machucar.
Sou o grito dos que buscam a vida festejar.
Sou espada fulminante, no ventre da maldade, no coração da falsidade, nas artimanhas do mal.
Sou luz, sou sol...
Sou chuva fina, brisa pequenina,
Saudando os moradores do campo, a labutar.
Sou nuvens douradas, no entardecer, convidando a noite a chegar,
Trazendo sonhos e cantigas, nos corações a derramar.
Sou como o teu coração, poeta, pulsando por entre canções,
Gritando as tuas emoções,
Bradando as tuas indignações,
Revelando as solidões,
Materializando o Amor e a dor, pelo tempo a passar.
Sou como o poeta a cantar, a chorar,
A fixar os olhos da vida sobre o mundo,
Revelando o murmúrio da asas invisíveis, as carências do silêncio
que só ele pode enxergar.
Sou como o coração do poeta,
A perceber a covardia ante as dores do mundo
E a sua coragem em seu canto a revelar-se,
Ante os temores de cada escuridão que, sempre, tem que atravessar.
Sou vencedora das dores, através do canto que canto
E da luz infinda da esperança revelada,
Todas as vezes que o meu canto,
Como manhã florida,radiante manhã,
Vem, em mim, desabrochar.

Um comentário:

  1. Um mimo de poema Lice, recheado de belas metáforas que fluiram do seu canteiro de revelações. Bjs e um ótimo fim de semana.

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