terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Minh'alma

Por vezes, me sinto cansada,
Sem forças para continuar.
Minh'alma, porém, não se cansa,
Vem, me sacode, balança-se.
Acolhe-me, sufoca os meus "ais"
e me faz caminhar.
Minh'alma é ser navegante,
por entre mares distantes.
Minh'alma tem sede de mar.
E mistura seu canto, em alarido,
Navega por entre campos floridos,
Atravessa florestas, aos gritos,
Conversa com os animais.
Minh'alma é forte, guerreira,
segura o arco faceira,
atira flechas, no ar,
E sente os gritos profundos, estridentes, longínquos gemidos, no mar.
Desperta-lhe, então, sonhos de liberdade, desejos de guerrear.
Minh'alma é pura menina,
Mesclada por meus ancestrais.
Reergue-se, por entre rios e mar,
e caminha sobre as ondas do rio, caminha sobre as águas do mar.
Rejubila-se ante os sons dos tambores,
canta canções de ninar.
Minhálma é verde, amarela,
Entristece-se quando a querem calar.
Orgulhosa, não pára, não desanima,
A mestiça menina,
Brasil, em mim, a cantar.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Reflexão


Se pousas na relva e canta,
É porque és livre,
por mais que queiram te aprisionar.
Sobre ti, repousa as leis naturais
E, em ti, existe apenas o desejo de voar e cantar,
cantar e voar.
Como pode o homem,
cercado por leis e tradições,
pousar livemente sobre a relva
e cantar?
Como pode o homem,
destituído de suas asas,
alçar voo e, sobre os campos,
voar?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Busca

Vem um vento de vozes caladas,
A espalhar-se sobre mim,
Um deserto sem fim
Que me provoca, silencioso,
Querendo o meu caminhar ruir.
.
Percebo o tempo da desesperança,
Agarro-me às bem aventuranças,
Para não cair.
.
É assim, sim!
Batalha infinda...
Mas, devo prosseguir.
.
Sempre prossigo.
Esperança nas mãos,
Equilibrando-me no árido chão
E lá vou eu, outra vez,
À procura de mim.