segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Riacho

Caminha o riachinho,
tão pequenininho,
silencioso,
devagar.

O riacho viu o rio,
encantou-se,
pensou que fosse o mar.

Com as suas águas
misturou-se
 e estranho pôs-se a achar-se,
sem sentir o sal
sua alma salgar.

Silencioso, tão pequenino...
Mistura-se o riacho,
nas águas do rio,
E segue, em busca do mar.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Escuta-me!






Vida, não quero conviver
com os que não amam o Amor,
não sabem beijar a flor,
não conversam com os pássaros, ao redor
não sentem a Presença, na brisa mansa,
não conhecem o teu canto
e odeiam a tua Paz.

Vida, não quero estar
com os que gritam, em guerras,
enquanto tentamos falar em Paz,
não quero a agitação das mentes vazias
nem a paz fingida dos faladores.

Quero o teu silêncio, a fundir palavras,
espalhando, dentro de mim,
a mais pura canção.

Prefiro esta solidão à multidão
adversa aos princípios e valores,
deste meu já tão cansado coração.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Olhar em Explosão

No meio desse barulho
sem palavras,
repleto de sussurros
e ruídos sem nomes,
As palavras se enfileiram,
por entre vácuo rompido
pelo encanto preenchido,
pela poesia, a mirar.

E o olhar cirsunspecto,
teimoso, inquieto,
rima sons, cala os sussurros
e põe, na boca  do nada,
o tudo da eterna canção.

A paz baila por sobre os gritos
E um vento silencioso e lento
pousa sobre,
a mirar, a fitar,
a abrir caminhos para a emoção

Caminha elegante, certeira,
a conquistar corações
E brinca, semanticamente,
enebriando o desentender,
estabelecendo o compreender
do coração

Canta, a poesia canta
E, na conquista,
desbrava becos escuros,
seres escondidos, corações sofridos,
entreabre os olhos tristonhos
e enxerga-se do mar
a imensidão

Vai-se o barulho,
Fogem os gritos.
Ecoam-se palavras,
Canta e dança a linguagem,
a expandir-se,
como estrelada noite
de amor e paixão.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

*Carta ao meu irmão português

Querido poeta,

Emocionada, seguro o teu livro e, entre o olhar e o coração, deslizam os teus versos, saltitando por entre delicadas páginas d'A Nudez poética do teu coração. E o teu olhar é, para mim, o olhar de quem contempla a vida, à espera do lugar propício para o pousar das rosas cálidas que geram a tua poesia e desse anseio de chegada existente no coração saudoso e inquieto de todo poeta.
Aqui, pois, me vou a folhear as tuas páginas e a embevecer-me em cada verso, a caminhar até a trilha dos "Convidados especiais".
 Ao deparar-me com homenagem tão terna e generosa, pressinto a grandeza do teu belo coração e já sinto que se abrem as rosas, a enfeitar os caminhos que entrelaçam a distância. E esse mar imenso que nos separa, como a sussurrar o convite do canto uníssono que brota por entre as ondas altivas, , também,a cantar nossas tristezas e solidões, nossas alegrias e esperas, nosso próprio canto, a gritar por nós, é, já, pura saudação.
Devo eu apenas dizer-te obrigada? Mas, é tão pouco...
Então, eu rogo que a arte dos sonhos fortaleça-se, sempre, no teu coração e que se prolongue, euforicamente, em direção à felicidade plena, caro amigo.
Que os segredos escondidos, nesta tua alma de poeta, caminhem. Em silenciosos passos caminhem.Em direção ao sucesso caminhem.. E, ao passarem por nós, deixem  o doce e suave vestígio da tua plena e bela alma poética, a nos encantar, a nos embriagar.

Com respeito, carinho e admiração da tua amiga (irmã brasileira)
Lice Soares

*(Em agradecimento a Amândio Soares pela homenagem prestada a mim, no seu livro A Nudez Poética do Meu Coração)